sexta-feira, 29 de julho de 2016

Resenha - A Rainha Vermelha, de Victoria Aveyard

Sinopse
O mundo de Mare Barrow é dividido pelo sangue: vermelho ou prateado. Mare e sua família são vermelhos: plebeus, humildes, destinados a servir uma elite prateada cujos poderes sobrenaturais os tornam quase deuses. Mare rouba o que pode para ajudar sua família a sobreviver e não tem esperanças de escapar do vilarejo miserável onde mora. Entretanto, numa reviravolta do destino, ela consegue um emprego no palácio real, onde, em frente ao rei e a toda a nobreza, descobre que tem um poder misterioso… Mas como isso seria possível, se seu sangue é vermelho? Em meio às intrigas dos nobres prateados, as ações da garota vão desencadear uma dança violenta e fatal, que colocará príncipe contra príncipe — e Mare contra seu próprio coração.

Crítica
Em a "Rainha Vermelha", primeiro volume da série escrita por Victoria Aveyard, o mundo é dividido entre "vermelhos" e "prateados". O primeiro grupo (de sangue vermelho), pessoas comuns que vivem na extrema pobreza, vivem para sustentar as regalias do segundo grupo (de sangue prateado), a nobreza prateada, dotados de poderes especiais que os tornam deuses nesse universo distópico.


"Esta é a verdadeira distinção entre prateados e vermelhos: a cor do sangue. Esta única diferença os torna mais fortes, mais inteligentes e melhores que nós." (pág. 14)


Mare Barrow é a protagonista da história. É uma jovem forte e determinada que faz de tudo para que sua família não passe necessidades, até mesmo roubar. Mare vive em Palafitas, um vilarejo muito pobre e com condições precárias do País de Norta, e cresceu alimentando um ódio pelo sistema opressor implantado pela elite prateada. 




"A maioria das mulheres deixa o cabelo curto para esconder as pontas grisalhas. Eu não. Gosto de lembrar que até meu cabelo sabe que a vida não deveria ser assim." (pág. 19)


O futuro de Mare já está traçado, graças às leis prateadas, e não é nada animador. Prestes a completar dezoito anos, Mare será recrutada para o exército ao atingir a maior idade já que não possui nenhuma profissão, assim como aconteceu com seus irmãos mais velhos. Até que esse dia fatídico chegue, a vida de Mare se resume a tentar encontrar uma forma de escapar desse destino cruel.

Mas a vida de Mare vira de cabeça para baixo quando conhece um jovem misterioso que garante à ela um emprego no palácio de verão do rei de Norta. E em seu primeiro dia ela se vê trabalhando na Prova Real, onde jovens prateadas representantes das Grandes Casas disputam entre si, em uma demonstração de poderes sangrenta, a fim de serem escolhidas como a próxima princesa. 


"Só que como todos os prateados, eles são movidos pelo desejo. E o que desejam, conseguem." (pág. 18)




Tudo ia bem até que um acidente obriga Mare a despertar um poder que ela jamais imaginou possuir, afinal, seu sangue é vermelho. Somente prateados possuem essa capacidade. Logo o rei de Norta, para encobrir o que aconteceu e evitar especulações, faz com que Mare assuma um papel de nobre prateada de uma extinta Casa. 


"Viraram-me do avesso, trocaram Mare por Mareena, a ladra pela coroa, trapos por seda, vermelho por prateado. Esta manhã, eu era uma criada; à noite, sou princesa. O que mais mudará? O que mais perderei?". (pág. 115)



Todo o esforço da realeza para ocultar a verdade não passa de um jogo político no qual o País de Norta está inserido. Um grupo de terroristas denominados de "Guarda Escarlate" é a nova ameaça à coroa e ao sistema implantado pelos prateados, já que seu lema é acabar com a opressão imposta aos de sangue vermelho. E Mare será usada para tentar eliminar esse mal.

"Eu costumava imaginar os prateados  como deuses intocáveis que nunca se sentiam ameaçados ou amedrontados. Agora sei que é o contrário. Passaram tanto tempo no topo, protegidos e isolados, que se esqueceram de que podem cair. Sua força se converteu em fraqueza." (pág. 301)


"Uma vez temi estas muralhas, mas agora vejo as rachaduras." (pág. 301)

Mare estava acostumada à miséria de sua antiga vida, agora ela se vê obrigada a viver no meio da luxúria  e intrigas da nobreza prateada, além de tentar driblar seus sentimentos pelos príncipes Cal e Maven, dois irmãos muito diferentes entre si. Enquanto um tem o espírito guerreiro, além de ser o preferido do rei, o outro é mais reservado e vive às sombras do irmão mais velho.


"Eu costumava pensar que existia apenas uma divisão: prateados e vermelhos, ricos e pobres, reis e escravos. Contudo, há muito mais entre esses dois extremos, coisas que não entendo, e estou bem no meio delas. " (pág. 106)


Para quem já leu "Jogos Vorazes", "A seleção", "Divergente", e outros romances do gênero, "A Rainha Vermelha" já não é novidade. É claro que o enredo é recheado de elementos  que torna a história única, mas ainda assim é difícil não comparar com os demais romances distópicos.

"Uma pele vermelha atrás de uma cortina prateada que não pode jamais ser aberta. Se eu cair, se escorregar, morro. E os outros morrerão comigo por causa da minha falha". (pág. 102)

A narrativa é voltada para o público infanto-juvenil, então não espere algo muito complexo. "A rainha vermelha" é um romance que se utiliza de tantos elementos que ao final da história fica aquela sensação que determinado ponto deveria ter sido melhor explorado, como por exemplo os variados tipos de poderes da elite prateada, que, do meu ponto de vista, foi um dos destaques do livro. 
"Cresci me perguntando todos os dias se haveria comida suficiente para o jantar. Agora estou num palácio prestes a ser devorada viva." (pág. 106)


A autora tentou criar um triângulo amoroso entre Mare, Cal e Maven, porém não deu muito certo. Ela dedicou pouco tempo para que as relações entre esses personagens pudessem se aprofundar mais a ponto de um sentimento maduro se estabelecer entre eles. Por isso achei que a autora forçou a barra nesse quesito, sem contar que Mare não é uma protagonista que tende a ser romântica. 


"Por mais que queira me desvencilhar, simplesmente não consigo. Cal é um penhasco do qual me jogo alegremente. Um dia ele saberá que sou sua inimiga e tudo isto não passará de uma lembrança do passado distante. Mas ainda não". (pág. 249)


Em termos de design a obra está de parabéns. A capa, com o tom metálico e fontes em relevo chamam bastante a atenção. E o livro ainda vem com um marcador exclusivo que você pode recortar se quiser. 

"Ele sabe que estou afundando rápido, como uma pedra atirada num rio. E quer afundar comigo.

Confesso que talvez demore um pouquinho para eu dar continuidade à série com "A espada de Vidro", segundo volume, já que não foi uma história que me chamou muito a atenção. Mas para quem curte romances desse gênero, como eu, vale a pena conferir. 
Por hoje é só pessoal, continuem acompanhando o blog e até a próxima! Bjs!!!

- Vou dar um jeito nisso - murmura com os lábios nos meus.
Nunca vi seus olhos tão luminosos e penetrantes. - Não vou deixar machucarem você. Dou minha palavra.
parte de mim quer acreditar.
- Maven, você não pode dar um jeito em tudo." (pág. 306)

Ficha Técnica

Título original: Red Queen #1
Título em português: A Rainha Vermelha #1
Autora: Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
Páginas: 422
Ano: 2015
Gênero: Literatura Americana Infanto-Juvenil

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