Após a Quarta Guerra Mundial, um novo País surge no que era
antes os EUA. Iléa é uma monarquia dividida em castas de um a oito, sendo a
primeira composta pela família real e a última por mendigos e miseráveis. Quanto
maior é a casta, mais pobre um indivíduo será. America Singer é uma jovem
musicista da casta cinco. Sua família é humilde e todos trabalham duro para não
passarem fome, algo que é inevitável em um sistema injusto e desigual.
America mantem um relacionamento às escondidas com Aspen
Leger, um jovem da casta seis. De acordo com a lei, uma moça não pode casar-se
com ninguém que pertença a uma casta inferior.
Essa condição não os impede de fazer planos para que possam ficar juntos um dia.
Essa condição não os impede de fazer planos para que possam ficar juntos um dia.
Em Iléa há uma tradição. Quando o príncipe atinge a maior
idade é realizada A Seleção, uma competição transmitida em forma de Reality
Show a todo o povo, onde 35 garotas de diferentes castas são selecionadas para
disputarem o coração do príncipe. Um oportunidade única para uma plebeia mudar
de vida.
America nunca desejou fazer parte da Seleção e muito menos
tornar-se uma princesa. Mas para agradar sua mãe e Aspen ela acaba se
inscrevendo para a competição, pois nunca imaginaria que um dia seria chamada.
Mas para a surpresa de America, ela é a única garota escolhida para representar
sua casta na Seleção, o que irá mudar completamente sua vida.
Trecho do livro “A Seleção” (pág 250):
Os traços de seu rosto
estavam firmes.
- Sim, acontece. Sei de
famílias em que pessoas abrem mão de seu prato de comida para dar aos filhos ou
irmãos menores. Sei de um menino que foi chicoteado na praça da cidade por
roubar comida. Às vezes, as pessoas cometem loucuras quando estão desesperadas.
- Um menino? De quantos
anos?
- Nove – disse sentindo
calafrios. Ainda podia me lembrar das cicatrizes nas costas pequenas de Jeremy.
Maxon esticou as costas, como se sentisse ele próprio as chibatadas.
- E você? – ele limpou
a garganta – já passou por isso? Fome?
(...)
- Sofremos muito. Na
maior parte das vezes, chegamos ao ponto de ter que escolher se compramos
comida e ficamos sem eletricidade. O pior momento foi perto do Natal. (...) Em
geral, nunca há sobras em casa. Alguém sempre quer mais.
O rosto de Maxon ficou pálido, e então me dei conta de que não queria
vê-lo irritado. Eu precisava mudar o rumo da conversa, deixá-la mais positiva.
Crítica
A primeira coisa que me chamou a atenção no livro foi a capa
e a diagramação. Ambos estão de parabéns. Me surpreendi com o romance distópico
que a autora trás para seus leitores. Difícil não comparar com Jogos Vorazes,
mas em A Seleção as tensões políticas e sociais são jogadas para segundo plano,
o que eu não achei muito legal, já que a autora poderia ter explorado melhor
essas questões, daria um pouco mais de sal à leitura.
Antes de entrar na Seleção, Aspen termina com America, o que
a deixa totalmente arrasada. Confesso que fiquei morrendo de ódio dele por ter
jogado pela janela tudo o que eles haviam vivido juntos ao longo daqueles dois
anos. America tenta encontrar no castelo um refúgio para apagar suas mágoas.
Ela conhece o príncipe Maxon que desde o começo se mostrou solícito e generoso
quanto ao seu sofrimento. Maxon é doce e simples, capaz de fazer coisas impressionantes
pelo povo e pelo bem das selecionadas. Totalmente o contrário do que America
imaginava sobre ele. O cara arrogante e egoísta estava totalmente distante de
quem realmente Maxon era de verdade. Um personagem fácil de gostar e que deixou
America balançada.
América é a típica heroína de romances distópicos como esse.
É geniosa e corajosa, e acha totalmente injusto o sistema imposto pela
monarquia. É também imprevisível. Há momentos em que ela não quer fazer parte
da Seleção e há também momentos em que ela começa a se adaptar aquela vida de
mimos e caprichos. Sem falar nas inúmeras confusões emocionais pelas quais ela
passa. É meio torturante. Automaticamente a comparo com a Katniss Everdeen de
Jogos Vorazes, que é totalmente contra o sistema e sabe exatamente o que quer.
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| Kiera Kass |
Há também a questão dos rebeldes, que após o início da
Seleção, tem aumentado a frequência dos ataques ao castelo, o que gera tensão e
medo entre as selecionadas. Ninguém sabe o que eles querem. Espero que isso
seja explicado nos próximos volumes, já que não é algo muito explorado pela
autora nesse primeiro livro. Eu, particularmente, criava inúmeras expectativas
quando um ataque começava, o que me frustrava bastante quando nada relevante
acontecia. Talvez essa seja a ideia da autora. Dar importância ao conto de
fadas, ao romance que se desenvolvia aos poucos entre America e o príncipe
Maxon.
A Seleção foi uma leitura que me deixou bastante intrigada e
repleta de críticas tanto negativas quanto positivas. É uma leitura que flui
naturalmente. Em menos de três dias havia terminado o livro e logo comecei o
segundo volume, A Elite, pois havia ganhado toda a trilogia como presente de
aniversário. Apesar dos pontos negativos, que varia bastante de um leitor para
outro, acabei me envolvendo com a história. Espero que minhas dúvidas sejam
respondidas até o final da trilogia.
Editora: Seguinte
Autora: Kiera Kass
Páginas: 368
Literatura Estrangeira
- Romance
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