terça-feira, 15 de novembro de 2016

A casa dos macacos, de Sara Gruen

Sinopse
Isabel Duncan ama seu trabalho. Pesquisadora do Laboratório de Línguas dos Grandes Símios, ela considera Mbongo, Bonzi, Sam, Jelani, Makena e Lola sua família. Virtuoses no uso da Linguagem Americana de Sinais, esses macacos são capazes de se comunicar plenamente numa língua humana. Porém, um atentado brutal coloca-os em sério risco. Teria sido uma ação terrorista premeditada por ambientalistas pela libertação dos bonobos ou apenas o início de uma trama escusa que culminará num grande golpe de mídia? Com a ajuda do jornalista John Thigpen, Isabel fará tudo o que estiver ao seu alcance para salvar seus amigos da exploração humana e de um destino cruel.

Crítica
"A casa dos macacos" era um daqueles livros da estante que eu havia comprado há anos, mas que nunca tinha lido. Sei lá, eu ficava pensando nas inúmeras histórias que um romance sobre macacos poderia me trazer. Será que seria uma boa leitura? Eu ficava adiando e adiando até que, finalmente, fiquei sem livros para ler. Não custava dar uma chance né?
Comprei o livro para conhecer um pouco mais do trabalho de Sara Gruen, que me surpreendeu como escritora em "Águas para elefantes". Fiquei completamente encantada com esse romance. Sara possui uma familiaridade em contar histórias sobre a relação homem-animal. Ela mesma reside na Carolina do Norte com sua família, quatro gatos, dois cavalos e uma cabra. 


"A casa dos macacos" é contado em terceira pessoa, alternando os capítulos com os pontos de vista dos protagonistas, Isabel Duncan e John Thigpen. Isabel é uma cientista especializada nos Estudos de Linguagem dos Grandes Símios. Ela trabalha com um grupo de bonobos, Mbongo, Bonzi, Sam, Jelani, Makena e Lola, capazes de se comunicarem através da Lingua Americana de Sinais, e os considera como se fossem sua família devido a traumas de infância. 

"Olhou nos olhos deles e reconheceu sem sombra de dúvida aquele olhar sensível, de seres inteligentes. Era inteiramente diferente de olhar para a jaula do zoológico, e mudou a compreensão que ele tinha do mundo de forma tão profunda que se sentia ainda incapaz de articulá-la". (pág. 13)


Apesar do trabalho de Isabel ser alvo contínuo de protestos por parte de ambientalistas, ela jamais permitiu que os bonobos fossem expostos a maus-tratos, muito pelo contrário, ela e sua equipe sempre respeitaram a independência dos animais para que sentissem o mais à vontade possível. Inclusive eram os bonobos que permitiam a entrada de visitantes em seu recinto. 

"Tinham mantido uma conversa com grandes macacos. Falaram com eles em inglês e eles tinham respondido na Língua Americana de Sinais, o que era ainda mais notável por denotar que entendiam duas línguas humanas". (pág. 13)

Em uma dessas visitas estava presente o jornalista John Thigpen. Ele jamais ousara imaginar que nesse mesmo dia, após sua saída, uma explosão no Laboratório de Línguas mudaria o destino de todos os envolvidos, principalmente dos bonobos. 

"Em oito anos de contato diário, ela nunca tinha visto os bonobos tão agitados. A adrenalina deles era contagiosa". (pág. 35)

Isabel ficou gravemente ferida durante a explosão e os bonobos acabaram sendo vendidos pela Universidade para um comprador anônimo. Ninguém fazia ideia de quem estava por trás deste atentado. Se John descobrisse seria o furo jornalístico de sua vida e a consolidação de sua carreira. 


Pouco tempo depois um Reality Show é anunciado por um dos grandes magnatas da indústria pornográfica, tendo como protagonistas os bonobos. A partir daí começa uma corrida contra o tempo para resgatar os bonobos desse circo midiático antes que algo terrível aconteça.

"A casa dos macacos" foi uma leitura deliciosa e divertida, no começo. Isso mesmo. Do meio para o fim  se tornou algo cansativo, com narrações e capítulos desnecessários. A autora poderia ter explorado melhor os bonobos e suas interações com os humanos, mas acabou ficando como pano de fundo. Os protagonistas, Isabel e John, não foram nada carismáticos e não me vi torcendo por eles em nenhum momento. 


A história não é ruim, só achei que a autora poderia ter explorado melhor os elementos que ela tinha em mãos. Mas o romance me rendeu algumas risadas. Sara Gruen tem uma ótima escrita com um a narração leve, mas isso não é visto 100% em "A casa dos macacos", diferente de "Águas para elefantes". 

"- Com o passar do tempo eles ficaram mais humanos e eu fiquei mais bonobo". (pág. 22)

Se você curte romances desse gênero, sobre a relação homem-animal, vale a pena conferir e conhecer um pouco mais do trabalho de Sara Gruen. 
Até a próxima leitores!

Ficha Técnica
Título original: Ape House 
Título em português: A Casa dos Macacos
Autor: Sara Gruen
Editora: Record
Ano: 2010
Páginas: 399
Gênero: Literatura Canadense / Ficção / Relação Homem-Animal

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