segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Resenha – It, a Coisa, de Stephen King

Sinopse
Durante as férias escolares de 1958, em Derry, pacata cidadezinha do Maine, Bill, Richie, Stan, Mike, Eddie, Ben e Beverly aprenderam o real sentido da amizade, do amor, da confiança e do ... medo. O mais profundo e tenebroso medo.
Naquele verão, eles enfrentaram pela primeira vez a Coisa, um ser sobrenatural e maligno que deixou terríveis marcas de sangue em Derry.
Quase trinta anos depois, os amigos voltam a se encontrar. Uma nova onda de terror tomou a pequena cidade. Mike Hanlon, o único que permanece em Derry, dá o sinal. Precisam unir forças novamente. A Coisa volta a atacar e eles devem cumprir a promessa selada com sangue que fizeram quando crianças. Só eles têm a chave do enigma. Só eles sabem o que se esconde nas entranhas de Derry. O tempo é curto, mas somente eles podem vencer a Coisa. Em It - A Coisa, clássico de Stephen King em nova edição, os amigos irão até o fim, mesmo que isso signifique ultrapassar os próprios limites.

Crítica
It, a Coisa, é o segundo romance de Stephen King que eu tenho a oportunidade de ler. Até hoje não acredito que fiquei tanto tempo sem conhecer os trabalhos deste autor incrível. Queria ao menos ter um terço da imaginação dele. E neste romance, o leitor percebe o quanto sua imaginação é fértil. Não é à toa que Stephen é considerado um dos melhores romancistas do planeta, tendo seus livros traduzidos em diversos idiomas. Stephen King levou quatro anos para escrever It, a Coisa, que foi publicado, inicialmente, em 1986.
Em It, temos uma pacata cidadezinha do interior do Maine (EUA), Derry. E é nessa cidade que toda a trama se desenrola. Derry parece ter um encanto especial, um mistério que parece assombrar a cidade desde sua existência. Coisas aterrorizantes acontecem: mortes, desaparecimentos, chacinas, explosões, suicídios, desastres naturais, entre outros, e a população sempre reagiu de forma anestésica.
Mas, no verão de 1958, sete crianças - Bill Denbrough, Richie Tozier, Eddie Kapsbrak, Ben Hanscom, Stanley Uris, Beverly Marsh e Mike Hanlon, descobrem o que está por trás de todos esses acontecimentos, e o resultado não é nada agradável, muito pelo contrário, é assustadoramente tenebroso, maligno e sobrenatural. Trata-se da Coisa, a qual eles decidem enfrentar.
A Coisa é uma criatura secular que se apoderou de Derry, fazendo-a sua morada eterna. A cada 27 anos, a Coisa acorda de um sono profundo, cheio de sonhos, e com uma fome insaciável por carne humana. Seus principais alvos são crianças e, para atraí-las com mais facilidade, a Coisa se transforma em seu personagem mais conhecido: o palhaço Pennywise. Mas, a Coisa pode assumir diferentes formas que variam de acordo com os piores medos de suas vítimas, tornando sua caçada mais interessante.
Uma de suas vítimas durante o inverno de 1957, quando a Coisa acordou mais uma vez para se alimentar e dar início a um novo ciclo de mortes cruéis que só terminaria no ano seguinte, foi um garotinho chamado George Denbrough, de apenas seis anos. George morreu após ter tido um dos braços devorado pela Coisa. Como sempre, nenhum morador de Derry viu nada de estranho acontecer.
Após a morte de seu irmão mais novo, a vida de Bill Denbrough não foi mais a mesma. Seus pais, submergidos na morte do pequeno George, agem como se Bill não existisse. Ele se culpa por tudo o que aconteceu e prometeu a si mesmo que, se descobrisse quem matou seu irmão, ele se vingaria.
Assim, Bill e seus amigos, o clube dos ‘’otários”, começam a planejar uma maneira de enfrentar a temível Coisa. Mas eles ainda tem que lidar com os valentões do colégio, Henry Bowers, Arroto Hugins e Victor Criss, que tem prazer em persegui-los.
A narrativa de toda a trama retrata o universo infantil em si: as descobertas, as inúmeras brincadeiras, as primeiras amizades, os primeiros inimigos, assim como o primeiro amor. Um universo inocente, que apesar da maldade incrustrada nele, não deixa de ter sua própria graça.

Um dos pontos interessantes que vale ressaltar, tratando-se de um livro que foi escrito na década de 80, é como a faixa etária das crianças era maior naquela época e ia mais ou menos até os 16 ou 17 anos. Hoje em dia essa idade já é considerada pré-adolescente e os resquícios de inocência são mínimos.
Essa inocência é bastante perceptível nos personagens retratados no livro na primeira fase, assim como as características de cada um. Stephen é tão minucioso que dá para captar a essência de cada personagem e isso é o que mais me chama a atenção nos romances do autor.
Bill Denbrough, ou Big Bill, é o líder da turma. É corajoso e seus amigos o admiram muito, chegando até mesmo a idolatrá-lo. Richie Tozier, ou Boca-de-Lixo, é o piadista da turma. Seu maior sonho é se tornar o maior ventríloquo dos EUA. Ele vive fazendo piadas fora de hora o que já lhe rendeu inúmeras surras dos valentões da escola. Eddie Kapsbrak é asmático e filho de uma mãe hipocondríaca. Ele acabou herdando essa característica doentia de sua mãe, infelizmente. Ben Hanscom, ou Monte de Feno, é gordo e tímido. Sua mãe acredita que entupindo seu filho de comida ela o fará feliz e saudável, já que é mãe solteira. Ver seu filho gordo lhe enche de orgulho. Beverly Marsh, ou somente Bevvie, tem o costume de apanhar do seu pai, que acredita que a surra é a melhor maneira de educar uma criança e protegê-la dos males do mundo. Por fim, temos Mike Hanlon, que, por ser negro, sofre preconceito e agressões por parte de Henry e seus amigos.


Vale ressaltar que os personagens secundários também são bem construídos, cada qual com sua história de vida para contar. Mas vou destacar dois que mais chamaram a atenção: a mãe hipocondríaca de Eddie e o pai maluco de Henry Bowers. Os dois juntos dariam um bom livro.
A história faz um interlúdio entre o passado, em 1958, quando as sete crianças enfrentam a Coisa pela primeira vez, e o presente, em 1985 (27 anos depois, quando um novo ciclo de mortes de inicia em Derry), onde as crianças já se tornaram adultas e cada qual seguiu seu próprio caminho. Agora elas precisam enfrentar novamente a criatura, pois fizeram um juramento de sangue no qual elas devem retornar à Derry e matar de uma vez a Coisa.
O livro é recheado de perseguições malucas, mortes cruéis, personagens cativantes e sangue. Muito sangue. Não é um terror que vai te deixar com medo na hora de dormir e fazer com que você olhe em baixo da cama, mas que vai te fazer imaginar que podem existir coisas além da nossa compreensão e que o medo só existe na nossa mente.
Recomendo que vocês leiam It, a Coisa, não só porque se trata de um dos romancistas número um do mundo, mas para relembrar um pouco a infância e o que ela representa para cada um de nós. Não se assustem com o número de páginas! Eu sei, o livro é imenso, mas não achei uma leitura difícil e cansativa, muito pelo contrário, a trama vai se desenvolvendo naturalmente, apesar dos momentos em que achei que Stephen estava viajando na maionese, mas não dá para entrar na mente de um autor e descobrir o que diabos ele estava pensando ao escrever aquilo.  Mas se você não está acostumado com essas “viagens” recomendo ler algo mais leve ou um romance mais curto do autor, apenas para conhecer sua obra. Um bom leitor não deve deixar de conferir ao menos uma história desse grande mestre literário.
Bjs e até a próxima!

Curiosidades
O romance de Stephen King ganhou uma adaptação em telefilme que foi ao ar em novembro de 1990, nos Estados Unidos, com o título (em português) It – Uma obra prima do medo.
Em março de 2015, 25 anos depois do lançamento do primeiro filme, a refilmagem de It se iniciou com os direitos adquiridos pela Warner Bros e será dividida em dois filmes: o primeiro mostrando as sete crianças enfrentando o temível palhaço Pennywise pela primeira vez, nos anos 1958, enquanto o segundo revela as consequências desse ato, nos dias atuais, e o retorno do grande vilão.



Ficha Técnica
Título Original: It
Título em Português: It, a Coisa
Autor: Stephen King
Editora: Objetiva
Páginas: 1103
Ano: 2014
Gênero: Ficção/Terror


Um comentário:

  1. Olá! Obrigado por compartilhar esse artigo sobre o livro de It a Coisa. A verdade eu soube sobre o livro desde que vi i filme do ano passado. É um filme muito bom. It A Coisa 2017 é um dos filmes de Stephen King que eu mais gosto. Gostei muito da história por que não é tão previsível como outras. Acho que é uma boa idéia fazer este tipo de adaptações cinematográficas. É um dos melhores filmes de terror, tem uma boa história, atuações maravilhosas e um bom roteiro.

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